quinta-feira, 6 de setembro de 2012


Invalido valor



Qual o preço que se paga pelos seus pensamentos?
Ando pelas displiscentes sombras a pensar
o valor da imprescindível forma de encadeamento
buscando de uma forma ou outra, encadear

Juntei todas as palavras de um só sonho
meu inconsciente disse: tenho que sonhar
e basta! anomalos gritos num só canto
que é preciso harmoniza-los para cantar

A sublime linha corrida do tempo
une-nos quase todos, mas e solitarios, tem par?
Não, eles andam cabisbaixos,e tem puro,
coração a caçar

Pagou-me o quanto quis, virou as costas e caminhando
indagou sobre o que eu disse, que meu caminhar
nao tem preço, e que dentro do meu caminho
só é valido o invalido preço de amar.

domingo, 2 de setembro de 2012

Rosa dos ventos




Rosa dos ventos

"De instantes ventos das rosas restantes
Tantos abraços amantes que em memória me aliviam
Escapo-me dos momentos degradantes
nessa paz de palavras que me acariciam

Ah! Como eu queria pegar o tempo
e soltar o verbo da minh'alma
Guarda-lo para sempre nesse exato momento
e construir agora uma nova estrada

Correr, voar, sonhar e lutar
Pelo que ainda não é meu,
E que anseio em alcançar.

gire rosa dos ventos,gire.
espalhe os meus sentimentos
e não me deixe nunca esperar,cansar, afundar e deixar de sonhar..."

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Conto,*Ibiajara.
Ibiajara - Senhor do planalto, cavaleiro do planalto em tupi.

De repente, um movimento, os olhos se abrem e aos poucos a consciência volta, num suspiro aliviado Jaci pergunta se esta tudo bem novamente.
Ainda atordoado com a queda e preocupado diz:
 “Não consigo mexer a perna, dói muito, preciso de um medico, e urgente!”
“-O medico vem toda quarta feira pra cidade, não temos um medico fixo, o senhor pode esperar até a semana que vem, ou então... “
“Ou então o que?”
“Hoje a noite é de lua minguante, o Cavaleiro vem!”
“Cavaleiro? Que cavaleiro?“
“Os nativos o chamam de Ibiajara, ele é um curador que mora sozinha na floresta, exímio conhecedor de toda a natureza, e dizem que ele tem contato direto com o Criador de tudo.”
“Curador? Contato direto com o Criador?” indagava em pensamentos todas àquelas palavras, mas enquanto isso o nó da dor fazia com que tivesse que pensar rápido, afinal, poderia ter complicações posteriores e levar sequelas para o resto da vida.
“E você poderia me levar até ele ?”
“Levar-te-ei até a montanha próxima ao rio Jurema ao sudeste, ele aparecerá lá no mesmo horário de todas as semanas, para curar os enfermos, tanto de saúde mental, quanto física”.
E às dez horas da noite por entre as florestas ouviu-se o galope de um cavalo e aos poucos entre a neblina fina foi surgindo um vulto, misterioso e intimidador, cada vez mais perto, passo a passo começa a definir-se os detalhes, Chapéu e botas de couro, um cavalo negro, com as crinas tão longas quanto às cachoeiras locais, olhos escondidos atrás do chapéu.
Desceu do cavalo ao lado da fogueira, que naquele momento era a única fonte de luz naquela montanha.
Após uma conversa longa numa língua desconhecia entre Jaci e o Cavaleiro, Julio encostado em uma arvore ainda com fortes dores e com certo receio sobre tudo, observa aquela peculiar cena que aos poucos o amedrontava.
O Cavaleiro se vira de frente para Julio,
Na fogueira refletida em seus olhos ele via até coisas do outro mundo.
Com uma mão segurando algumas folhagens sobre a perna machucada, resmungava algumas palavras.
Naquele mesmo instante, bateu uma zonzeira, tudo girou, Julio caiu desmaiado.
Abre os olhos e já esta é dia, deitado no seu quarto, e as dores sumiram.
“Não é possível, como ele conseguiu aquilo? ontem mesmo eu poderia jurar que estava com uma lesão grave!”
Levanta e anda de um lado para o outro do quarto, ergue a perna, acredita, desacredita, abaixa a perna, acredita de novo, e não sabe o que pensar, confuso, desce para a recepção agradecer Jaci, e pergunta como foi parar La, pois não se lembrava de nada após o desmaio.
“O poder dele é muito forte, e em casos graves a pessoa permanece em repouso mesmo, alguns chegam a ficar dias e dias assim, logo após seu desmaio, trouxe-lhe aqui. “
“MUITO OBRIGADO, NÃO TENHO COMO LHE AGRADECER” explana o viajante.
E aos poucos a cidade agora tão acolhedora vai sumindo pelo retrovisor do carro, Julio segue sua viagem.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A busca


A busca

"Conivente dos proprios desejos,
contra a ausencia da natureza do bem
D'um egoismo transcedente,sem bocejos
Destinando à "fugere urbem"

Se assim nascemos,na ansiedade
Porque então,com tanto fulgor
atravessou a faca em meu coração
e me fizeste ver a realidade

Como no final da humanidade,
senti que do bem, não tem ninguem
não há nada, apenas eu em busca de uma felicidade

Ao saber de todo pecado existente
procuro algo que não se vê
apenas imaginando, d'alma tão dolente..."




quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ultima Estrela





"Fui me afogando em você
Cegaram-me as palavras
que corriam sobre o seu corpo
Fazendo seu labio estremecer

Tanta areia nos olhos me jogaste
as lagrimas que não me deixavam ver-te,
afundavam-me levantando teu haste

Ja imaginando o quanto me faria sofrer
Aqueles olhos que morreriam por voce
Hoje esta vagando na estrela do amanhecer

Palpita o vulgar perfume em minha memoria,
e o cadaver da lembrança
de quem tentou ser feliz em outrora."

Robson Araujo